e o... futuro

“Recentemente, uma Associação concelhia aceitou, com honra e alegria, até com emoção, a medalha de mérito cultural que, por unanimidade, o Executivo da Câmara Municipal de Coimbra lhe atribuíra (…). Uma honraria, que na hora da entrega e nos discursos inflamados dos seus dirigentes e outras entidades e pessoas, assinalava um dia histórico para a colectividade. (…) Aliás, o Presidente da Direcção fez questão de afirmar na sua intervenção que a medalha era de todos, os presentes e os desaparecidos, colocando-a, com orgulho, ao pescoço de uma senhora, sublinhando quanto ela tinha trabalhado para acontecer aquele acto. (…)
Depois… da festa, as declarações à comunicação social, a medalha, para o Presidente, nada valia ou simbolizava, ‘antes o subsídio do que a medalha’.
Os comentários daquela atitude ficam à mercê de quem nos ler. Limitámo-nos a introduzir o tema e a explanar o que sentimos e presenciámos, embora relacionando o orgulho daquele que recebe uma medalha, comenda ou condecoração, que a sociedade lhe conferiu, por lhe ter reconhecido valor além do comum, e aqueles que ‘sonham’, apenas, com o subsídio, ignorando o passado, o presente e o… futuro.”

Diário de Coimbra, “Medalhas, comendas, condecorações e outras distinções”, 09/06/2006.