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segunda-feira, abril 17, 2006

os escribas maldizentes

“Encaminhámo-nos para a Casa da Cultura. O Programa Mozart, para crianças e pais, com teoria e demonstrações práticas, encheu a Sala Polivalente. A explicação dos professores do Conservatório, o ‘sentir’ o valor do compositor e aferir da sonoridade do instrumento musical e como se cria uma sinfonia, provocou curiosidade e interesse, que se prolongou por 2,30 horas. Na parte da tarde, a Biblioteca Municipal, a Fonoteca para ouvir as últimas novidades discográficas, a Imagoteca com fotografia de Coimbra, a Videoteca com filmes recentes e antigos, a Ludoteca, com ateliers pedagógicos para crianças e a biblioteca infantil com livros adequados às meninas e meninos. No átrio, a exposição com os 16 trabalhos de ideias para o monumento a Miguel Torga, enquanto nas galerias de arte a exposição retrospectiva do artista brasileiro Luís Azevedo.
Descendo as escadas da Casa, assistimos ao programa de sábado, Cinemania, filme dedicado, este mês, a Orson Wells. No lado oposto, à mesma hora, o estúdio do Bonifrates, apresentava a peça de teatro “Bonecos e Bonecas” para crianças. Saindo da Casa da Cultura, fomos, mais uma vez, ao Exploratório reviver os fenómenos explicados pela física através de equipamento aequado e do manuseamento das variadas tecnologias. E, chegou a noite. Por volta das 19 horas, participámos na inauguração da exposição de arte contemporânea do artista Jorge Abade no CAPC (Centro de Artes Plásticas de Coimbra). Às 22 horas, no TAGV, vibrámos com o espectáculo de Blues.
No domingo, além de participarmos na missa dominical (somos católicos praticantes), tentámos ver a exposição no Arquivo da Universidade, passámos pelo Chiado para contemplarmos, novamente, a exposição de 25 pintores portugueses, e parámos na Galeria Paletro, para admirar a mostra pictórica de Albino Moura. Concluímos a ronda no Pavilhão Centro de Portugal, na iniciativa dedicada ao Dia do Pai, que envolveu mais de 600 pais e filhos, cada, criando desenho, pintura, colagem e/ou barro, que materializava a prenda para levar para casa. Reciprocidade de criatividade e oferta entre pai e filho. Regressámos a casa com a esposa, satisfeitos com o que vimos, ouvimos e vivemos, valores que enriqueceram o nosso intelecto e o nosso organismo. Sentámo-nos no sofá para ver o jogo de futebol entre o Benfica e o Rio Ave. E, antes de dormir, a leitura de algumas páginas do livro ‘Modulações’, de António Salvado.
Face ao cenário que abrangeu a música, o cinema, o teatro, a ciência, as artes plásticas, logo abrangente/diversificado e formando uma unidade cultural, que análise fazem os escribas maldizentes, os ‘críticos da casa’ (não os vemos nestes lugares) e os derrotistas da cidade do Mondego? Será que vivem na Capital da Cultura e na Cidade do Conhecimento? Será que lêem jornais e ouvem rádio, já que a TV é alheia à realidade de Coimbra? Ou olham para o seu umbigo?”

Diário de Coimbra, “Coimbra Cultural num sábado e domingo de chuva”, 26/03/2006.